A operação Dakovo, realizada pela Polícia Federal do Brasil, resultou na condenação de três brasileiros diretamente envolvidos no tráfico internacional de armas. O foco das investigações recaiu sobre um empresário paraguaio, Diego Hernan Dirisio, que é considerado um dos principais fornecedores de armamentos para facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). As condenações acenderam um alerta sobre a gravidade do envolvimento de brasileiros em redes internacionais de crime.
Os condenados são Ricardo Rangel, conhecido como "Sem Cabelo", Adilson de Souza, apelidado de "Amigo Mina", e Edgar Espíndola, chamado de "Chiva". Todos foram considerados culpados por integrar uma organização criminosa que opera no tráfico de armas. A Justiça Federal na Bahia determinou penas que variam entre quatro anos e nove meses a seis anos e nove meses de prisão para os réus.
As investigações revelaram que 348 das 600 armas apreendidas no Brasil entre outubro de 2019 e março de 2023 eram provenientes da empresa paraguaia IAS, vinculada ao megatraficante Dirisio. O juiz responsável pelo caso destacou que as interações entre Rangel e um intermediário paraguaio evidenciam que ele não era apenas um comprador eventual, mas um membro ativo da organização criminosa. Conversas entre Rangel e Júlio Cantero, outro envolvido no esquema, mostraram negociações que incluíam a compra de pistolas.
Adilson Pereira teve sua pena reduzida em consideração à sua confissão durante o interrogatório judicial. Ele admitiu ter participado de várias transações ilegais envolvendo armamentos com intermediários no Paraguai. Por outro lado, Edgar Espíndola reconheceu ter intermediado uma única compra, mas negou seu envolvimento contínuo com a organização criminosa. No entanto, a Polícia Federal indicou que ele tinha uma posição significativa dentro do crime organizado no Brasil.
A decisão judicial enfatizou que mesmo os réus não tendo conhecimento completo das etapas do contrabando das armas desde sua origem na Europa e Turquia até o Paraguai, eles atuavam como clientes habituais da organização criminosa. A aquisição e revenda dessas armas contribuíam para o fortalecimento de outros grupos criminosos no Brasil.
Esse caso ilustra a complexidade das redes internacionais de tráfico de armas e a importância da colaboração entre as autoridades para combater esse tipo de crime. A operação Dakovo não apenas desmantelou uma parte dessa rede criminosa, mas também enviou uma mensagem clara sobre as consequências legais enfrentadas por aqueles que se envolvem em atividades ilícitas desse tipo.