A Justiça Federal na Bahia condenou três brasileiros por envolvimento em uma organização criminosa que fornecia armas para facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). As condenações são parte da Operação Dakovo, que ocorreu em dezembro de 2023, e se baseiam em conversas entre os réus e um intermediário de um dos maiores traficantes de armas da América Latina.
Os condenados são Ricardo Rangel, conhecido como Sem Cabelo, Adilson de Souza, apelidado de Amigo Mina, e Edgar Espíndola, chamado de Chiva. Segundo a Polícia Federal, o líder da organização criminosa é Diego Hernan Dírisio, que está vinculado à International Auto Supply S.A. (IAS-PY), uma empresa sediada em Assunção, Paraguai.
As evidências mais contundentes contra Ricardo Rangel incluem uma série de mensagens trocadas com Júlio Cantero, conhecido como Taito, onde discutem a compra de 12 pistolas entre o final de 2021 e janeiro de 2022. Durante essas conversas, Rangel demonstrou interesse em adquirir mais armamento, indicando que já tinha compradores prontos.
As mensagens revelam detalhes preocupantes sobre a intenção de Rangel de comprar 20 armas a cada 15 dias, totalizando 40 armas mensais. Além disso, ele mencionou o desejo de adquirir uma escopeta semiautomática em negociações futuras.
Adilson de Souza também se destacou nas comunicações, solicitando a Cantero o envio de um vídeo de um fuzil, que seria incluído em um lote de armas que ele pretendia vender. As negociações incluíam modelos de fuzis que eram de importação exclusiva do Paraguai, reforçando a conexão internacional da organização.
Edgar Espíndola, por sua vez, foi mencionado em conversas sobre o transporte de armas, onde Cantero alertou que um caminhão fretado levaria entre 50 e 100 armas do Paraguai para o Brasil. As mensagens indicam que Chiva estava colocando uma margem de lucro no valor das armas, confirmando seu papel ativo na operação.
As condenações ressaltam a complexidade do tráfico de armas na América Latina e a interconexão entre facções criminosas. As autoridades seguem investigando as atividades da organização e suas ramificações.