Uma decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) reverteu a proibição de presença de torcedores nos jogos do Sport Club do Recife e do Santa Cruz Futebol Clube. A medida, inicialmente imposta pela governadora Raquel Lyra após confrontos violentos entre torcidas organizadas, foi suspensa, permitindo que os jogos sejam realizados com público.
A proibição havia sido anunciada no dia 1º de fevereiro, em resposta a uma onda de violência que resultou em brigas entre torcidas e deixou 13 pessoas presas e várias feridas. O desembargador Fernando Cerqueira Norberto dos Santos, responsável pela decisão, destacou que os episódios de violência ocorreram fora do estádio e não justificavam a imposição de portões fechados.
Ele também estipulou que os clubes devem implementar o reconhecimento facial e a biometria de torcedores até 1º de março, com multas de R$ 100 mil por partida em caso de descumprimento. A decisão foi em resposta a um mandado de segurança apresentado pelo Sport, que já havia afirmado que judicializaria a proibição.
O desembargador argumentou que não havia evidências suficientes para responsabilizar os clubes pelos atos de torcedores e que o governo não havia seguido o devido processo legal. Além disso, as autoridades de segurança permitiram que as partidas anteriores acontecessem sem incidentes, evidenciando que a segurança no estádio estava sob controle.
O documento judicial também determina que, durante o mês de fevereiro, apenas o time mandante poderá ter torcida nas partidas e que os setores destinados às torcidas organizadas devem ser fechados temporariamente.
Com a decisão do TJPE, torcedores do Sport e Santa Cruz poderão voltar a apoiar suas equipes nas arquibancadas, o que representa uma vitória para os clubes e seus fãs. A medida não apenas promove a inclusão dos torcedores, mas também destaca a necessidade de soluções mais eficazes para garantir a segurança nos eventos esportivos, sem penalizar o público em geral por ações de uma minoria.