Na madrugada de quarta-feira, 4 de dezembro de 2024, a rua onde residia Marcelo Barbosa Amaral, um entregador de 25 anos, foi palco de uma presença inquietante. Homens armados, em um carro não identificado, circularam pela área, provocando temor entre os moradores. Esta visita ocorreu após a divulgação de um vídeo no qual um policial militar é visto jogando Marcelo de uma ponte na zona sul de São Paulo, um ato que gerou grande repercussão na mídia.
Os vídeos obtidos pela reportagem de Metrópoles mostram três indivíduos armados, visivelmente inquietantes, que passaram pela Rua Comendador Artur Capodaglio entre 0h39 e 1h23. Os moradores, já traumatizados pela violência recente, ficaram alarmados ao ver a presença desses homens, que afirmavam ser da Corregedoria da Polícia Militar. Eles abordaram pessoas na rua em busca de informações sobre o paradeiro de Marcelo, o que intensificou a sensação de insegurança na comunidade.
Vizinhos relataram que os homens, armados e sem uniformes, mostraram fotos de Marcelo e questionaram sobre sua localização. Embora seja prática comum da polícia realizar investigações com agentes não identificados, o horário e o contexto da abordagem geraram preocupação. A presença contínua de um carro descaracterizado na área, perguntando sobre o entregador, elevou ainda mais o clima de medo entre os moradores.
Durante a tarde do mesmo dia, policiais civis também estavam no bairro, utilizando uma viatura identificada, em busca do entregador. Segundo informações, a intenção era localizar Marcelo para que ele pudesse prestar depoimento sobre o incidente violento. A situação é particularmente delicada, considerando que Marcelo não reside mais na rua e, após os eventos recentes, deixou a cidade.
Em resposta à situação, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Corregedoria da Polícia Militar está empenhada em localizar a vítima para coletar seu depoimento, essencial para o esclarecimento do caso. A SSP também destacou que os agentes envolvidos na investigação têm o devido procedimento de identificação, mesmo sem usar uniformes.
A comunidade de Americanópolis, uma área de baixa renda na zona sul, continua em estado de alerta, refletindo sobre os eventos que não apenas impactaram a vida de Marcelo, mas também a segurança de todos os que habitam a região.