O caso do policial militar Vinicius de Lima Britto, que executou um jovem negro com 11 tiros em frente a um mercado na Zona Sul de São Paulo, ganhou novos contornos após a revelação de que ele havia sido reprovado em seu primeiro exame psicológico para ingresso na corporação. A reprovação ocorreu em 2021, devido a indícios de descontrole emocional e impulsividade, conforme informações divulgadas pelo g1.

Na primeira tentativa de se tornar soldado da Polícia Militar, Vinicius apresentou "inadequação" nos critérios psicológicos exigidos, o que o desqualificou para a função. Ele contestou o resultado em uma ação judicial, alegando que a avaliação era subjetiva e que os motivos de sua reprovação não foram claramente informados. No entanto, em agosto de 2022, a juíza responsável pelo caso considerou a decisão legal, afirmando que o laudo psicológico seguia critérios técnicos e que Vinicius não demonstrava a estabilidade emocional necessária para o cargo.

Após essa primeira reprovação, Vinicius prestou um novo concurso em novembro de 2022, no qual foi aprovado. A Secretaria da Segurança Pública, questionada sobre como ele conseguiu a aprovação, não forneceu uma resposta até a última atualização da reportagem.

Além da execução do jovem Gabriel Renan da Silva Soares, Vinicius também é investigado por sua participação na morte de dois homens em um incidente de legítima defesa em São Vicente, no litoral de São Paulo, ocorrido em 18 de novembro de 2023. No episódio, Vinicius alegou que reagiu a um assalto, resultando na morte dos dois assaltantes.

O caso de Gabriel Renan, de 26 anos, aconteceu em 3 de novembro, quando ele foi atingido por 11 disparos após ser acusado de roubar pacotes de sabão. As circunstâncias da abordagem e os disparos geraram controvérsia, com a defesa da família de Gabriel contestando a versão apresentada pelo policial.

Diante da gravidade dos acontecimentos, Vinicius foi afastado de suas funções enquanto o caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).