E A Justiça do Amazonas condenou sete pessoas, incluindo Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão da ex-sinhazinha Djidja Cardoso, por envolvimento em tráfico de drogas e associação para o tráfico. Djidja, que representou o Boi Garantido no Festival Folclórico de Parintins entre 2016 e 2020, foi encontrada morta em Manaus no dia 28 de maio, em circunstâncias que levantaram questões sobre o uso de substâncias ilícitas por sua família.
A condenação foi proferida pelo juiz Celso de Paulo e publicada na terça-feira (17/12). Cleusimar e Ademar foram sentenciados a 10 anos e 11 meses de prisão em regime fechado. A defesa da família já anunciou que recorrerá da decisão. Entre os outros condenados estão Bruno Roberto Lima, ex-namorado de Djidja, e outros indivíduos ligados à suposta rede de tráfico.
O caso gira em torno do uso de cetamina, um anestésico veterinário com propriedades psicodélicas, que teria sido utilizado em rituais religiosos pela suposta seita "Pai, Mãe, Vida", liderada por Cleusimar. Segundo o Ministério Público, a droga era utilizada de forma recreativa e em sessões que envolviam práticas questionáveis. Embora a polícia suspeite de overdose como causa da morte de Djidja, o laudo oficial ainda não foi divulgado.
Durante o julgamento, três pessoas foram absolvidas das acusações: Claudiele Santos e Marlisson Dantas, ex-funcionários do salão de beleza de Djidja, e Emicley Araujo Freitas Júnior, um ex-colaborador de uma clínica que fornecia a droga. A investigação também levou ao desmembramento de outros crimes, como estupro e charlatanismo, que serão encaminhados para varas específicas.
O caso revelou a complexidade da dinâmica familiar e das práticas ilegais associadas à família Cardoso. A polícia apontou que Ademar é acusado de forçar uma ex-namorada a usar cetamina, levando a situações de abuso. Ambos, no entanto, negam as acusações. A trágica história de Djidja Cardoso agora se entrelaça com questões de drogas, violência e a busca por justiça.