Na tarde de quarta-feira (25/6), um vídeo gravado por testemunha em pleno centro de São Paulo registrou cenas tensas durante uma ação da Polícia Militar contra uma vendedora ambulante na Rua Tiers, no Brás. As imagens mostram pelo menos dois PMs tentando confiscar os produtos do carrinho da mulher, enquanto transeuntes que tentavam interceder em defesa dela foram alvo de golpes de cassetete — a abordagem foi definida por uma testemunha como “covardia”.
Nas filmagens, é possível notar a tensão crescendo com a interferência de pessoas próximas. Ao se mobilizarem para impedir a retirada das mercadorias, muitos acabaram sofrendo agressões físicas por parte dos policiais, que não hesitaram em usar a força ().
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) divulgou nota informando que não compactua com excessos e que está analisando as imagens para identificar os agentes envolvidos e tomar as providências cabíveis em caso de irregularidades.
Este episódio reacende o debate sobre o tratamento dado pelas autoridades a trabalhadores informais. A ação policial levanta questionamentos sobre o uso da força e o respeito aos direitos de vendedores ambulantes, frequentemente tratados com aplicabilidade rigorosa, ao passo que faltam medidas estruturadas que garantam assistência e proteção a esses cidadãos.
A repercussão do caso fortalece o chamado por uma revisão nas estratégias de ordenamento público. Especialistas e representantes da sociedade civil pedem maior capacitação dos agentes, transparência nas operações e fortalecimento de canais de denúncia para assegurar que abusos sejam identificados e punidos. É fundamental equilibrar a manutenção da ordem com o respeito à dignidade de quem sobrevive do comércio informal no Brasil.