Na quinta-feira (26/6), em Quixadá (CE), ocorreu um episódio que expôs os perigos do uso criminoso da inteligência artificial em frações cotidianas. Um jovem de 21 anos foi detido pela Polícia Civil após ser acusado de criar vídeos pornográficos falsos — deepfakes — com o rosto de uma professora que já o havia ensinado. Além disso, ele vinha a frequentar os arredores da casa e do local de trabalho da docente, gerando temor na vítima.
Durante a abordagem, os policiais encontraram uma série de montagens explícitas produzidas com IA, nas quais o rosto da professora estava inserido em cenas pornográficas. De acordo com a delegacia local, o suspeito vestia roupas inspiradas no Exército, carregava um objeto pontiagudo e apresentava comportamento agressivo nas imediações dos endereços da vítima.
A investigação revelou que o jovem possui diagnóstico prévio de esquizofrenia e teria consumido álcool nos dias anteriores, condições que podem ter intensificado a perseguição. Ele foi autuado pelos crimes de perseguição, ameaça e divulgação de conteúdo íntimo falso. A polícia solicitou um laudo sobre sua sanidade mental e o delegado atuou na garantia da internação para tratamento, com audiência de custódia marcada para sexta-feira (27/6).
O caso levanta preocupações profundas sobre a vulnerabilidade provocada pelas tecnologias de manipulação digital. Especialistas advertem sobre o uso maléfico de recursos audiovisuais para fins de humilhação ou violência psicológica. A docente registrou boletim de ocorrência após relatar ameaças e intimidação, o que resultou na prisão do suspeito.