Um tenente da Polícia Militar de São Paulo, Ian Lopes de Lima, de 26 anos, foi afastado das ruas após participar de operações que resultaram em sete mortes em menos de um ano. O caso, revelado por investigações jornalísticas, levantou debates sobre violência policial e critérios para uso de força letal.
Ian Lopes ingressou na PM em 2024 e rapidamente se tornou o oficial com mais mortes registradas em serviço na capital paulista. Em seu primeiro ano, ele foi envolvido em cinco casos fatais; em 2025, mais dois. Em um dos episódios, em março, ele e outros PMs relataram um "tiroteio" contra um carro com quatro ocupantes. Dois morreram, mas apenas um foi identificado: Caio Gundin, 24 anos.
Dados obtidos pelo Metrópoles mostram que, embora Ian e outros 21 PMs representem apenas 0,07% do efetivo, eles foram responsáveis por 21% das mortes em intervenções policiais em 2024. A maioria das vítimas não portava armas de fogo.
A PM afirmou que todas as ocorrências são investigadas e que Ian foi transferido para o setor administrativo após a repercussão do caso. A defesa do tenente não se manifestou, mas em depoimentos, os PMs alegaram legítima defesa.
O caso expõe desafios no treinamento e supervisão de policiais, especialmente em contextos de alta tensão. Enquanto a PM reforça que "não tolera desvios", familiares das vítimas e entidades cobram transparência. O tenente Ian segue aguardando conclusão das investigações.