No último domingo (23 de junho), na Avenida Angélica, Centro de São Paulo, um servidor da Prefeitura foi flagrado perseguindo vendedores ambulantes com uma arma de fogo durante uma fiscalização de comércio irregular. O caso resultou no afastamento imediato do funcionário e na abertura de procedimento interno.
Durante uma ação para retirada de mercadorias irregulares, ambulantes reagiram à operação. Um vídeo gravado por um comerciante mostra a sequência tensa: “Puxou a faca aí, ó. Puxou a faca e puxou o revólver”, diz o autor da filmagem, enquanto os ambulantes gritam “Pau nele” em resposta ao servidor, que então saca o revolver e começa a persegui-los.
O funcionário atua na Subprefeitura da Sé, responsável por coordenar ações no Centro. A Prefeitura de São Paulo informou que ele foi afastado das atividades operacionais e que um processo administrativo foi instaurado para apurar o episódio. Apesar das suspeitas levantadas por ambulantes de que o servidor seria policial militar, seu nome não foi divulgado .
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo foi procurada pelo Metrópoles, mas não se manifestou até a publicação da matéria . Já a Prefeitura declarou o afastamento imediato e o início das investigações internas.
O vídeo viralizou nas redes, reacendendo o debate sobre a condução de operações de fiscalização urbana. O episódio levanta questionamentos sobre os limites do uso de força — e de armas — por servidores durante ações administrativas, e sobre o treinamento e protocolos adotados pela Subprefeitura da Sé.
O caso evidencia um ponto crítico na relação entre poder público e vendedores ambulantes: a necessidade de reavaliar procedimentos que envolvam confrontos. A Prefeitura de São Paulo, ao afastar o servidor e anunciar investigação, sinaliza uma tentativa de controle interno. No entanto, aguarda-se uma resposta mais ampla sobre o uso de força nas fiscalizações, para evitar que situações semelhantes se repitam e garantir segurança tanto para servidores quanto para ambulantes.