Na madrugada de domingo (22 de junho), um crime macabro chocou Manaus: integrantes do Comando Vermelho (CV) decapitaram e esquartejaram um rival, dispersando membros humanos em diferentes pontos da zona leste da capital amazonense, acompanhados de bilhetes com ameaças explícitas e afirmações de retaliação.
Manaus, cenário de acirradas disputas entre facções, voltou a ser palco de violência extrema nas mãos do CV, facção carioca com atuação consolidada no Amazonas. A DEHS (Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros) investiga o caso, que reforça o poder de intimidação desse grupo por meio de ações brutais.
No domingo, restos mortais — pernas, braços e uma cabeça — foram deixados às margens de uma área de mata na zona leste de Manaus. A Polícia Civil acredita que todos pertencem à mesma vítima.
Nos bilhetes deixados com os membros, os criminosos afirmam estar “pagando da pior forma possível” (com data e autoatribuição do crime) e incluem ameaças claras: “Mexeu com a tropa se fudeu. A tropa de Manaus só avança”.
Horas antes da descoberta dos restos, um vídeo circulou nas redes sociais. Nele, homens encapuzados exibem a cabeça decapitada — identificada como “Argentino” — zombando da vítima e se identificando como membros do CV. A repercussão do vídeo fortalece a linha de investigação de que era o mesmo indivíduo esquartejado e abandonado em seguida.
A Polícia Civil e o Instituto Médico Legal (IML) recolheram as partes do corpo. Os investigadores tentam identificar formalmente a vítima e os responsáveis. A motivação aparente: punição e demonstração de poder da facção, usando terror e violência extrema como instrumento de domínio.
A ação brutal intensifica o clima de medo nas comunidades afetadas e acende o alerta das autoridades locais, já pressionadas por confrontos entre facções como o CV, Família do Norte (FDN) e outros grupos na região.
Tais métodos recebem inspiração de execuções espetaculares divulgadas nas redes sociais, com o objetivo de aterrorizar e controlar territórios — prática já observada em outros estados, como no Ceará e em prisões do Amazonas.
O caso de esquartejamento em Manaus reforça o grau alarmante de violência urbana vinculada ao crime organizado. Ao exibir cabeças e recados no local, o Comando Vermelho intensifica sua estratégia de intimidação, desafiando a presença do Estado e amedrontando as comunidades. Agora, a eficácia das investigações e o impacto das ações policiais na retomada da segurança dependem da capacidade das autoridades do Amazonas em combater esse tipo de barbaridade — e restaurar a sensação de segurança entre os cidadãos.