Um acidente durante uma aula de jiu-jitsu em San Diego, nos Estados Unidos, resultou em uma das maiores indenizações judiciais do esporte. O aluno Jack Greene, de 30 anos, ficou tetraplégico após uma técnica aplicada pelo professor Francisco Iturralde, conhecido como "Sinistro". A Suprema Corte da Califórnia condenou o instrutor e a academia a pagarem **US$ 56 milhões** (cerca de R$ 313 milhões) à vítima.
O caso aconteceu em 2018, durante um treino na academia Del Mar. Greene, que era faixa branca (iniciante), sofreu uma fratura nas vértebras cervicais após o professor aplicar uma técnica que colocou todo o peso do corpo sobre seu pescoço. Especialistas, incluindo Rener Gracie, testemunharam que o movimento foi extremamente perigoso e ultrapassou os riscos normais do esporte.
Greene passou meses hospitalizado e perdeu os movimentos dos braços e pernas. Na época, ele estava prestes a se formar na faculdade, mas sua vida mudou completamente. O caso foi parar na justiça, e em 2023, um júri condenou Iturralde e a academia a pagarem US$ 46 milhões. Após recursos, o valor subiu para US$ 56 milhões em 2025.
O professor se defendeu nas redes sociais, dizendo que o acidente não foi intencional e que Greene tinha experiência em outras lutas. Mas a corte decidiu que a academia falhou em proteger o aluno.
O caso levantou debates sobre segurança em academias de artes marciais e a responsabilidade dos instrutores. Enquanto Greene se reinventou como palestrante motivacional, a decisão judicial serve de alerta para que escolas de luta evitem práticas de alto risco. O esporte, que ensina disciplina e autocontrole, agora também terá que reforçar a proteção aos atletas.