A Polícia Civil investiga o desaparecimento de Beatriz Cruz, de 35 anos, em Serra Negra, interior de São Paulo. Ela não é vista há quase dois meses. A principal linha de investigação aponta o ex-marido, Thiago Monteiro, como suspeito. Ele está foragido.
Beatriz viveu por anos sob vigilância constante. O ex-companheiro teria construído uma casa com paredes de vidro e banheiros voltados para a cama, dificultando qualquer privacidade. Segundo a família, a estrutura foi pensada para permitir o monitoramento absoluto da rotina da mulher.
Thiago, descrito como educado e tranquilo por quem o conhecia, mantinha um relacionamento de 15 anos com Beatriz. Mas relatos do filho do casal revelaram abusos físicos e psicológicos. A mãe de Beatriz, Roseli Aparecida Araújo, flagrou episódios de agressão. Em um deles, viu a filha encolhida, com medo de apanhar no rosto, enquanto Thiago puxava seu cabelo e tapava sua boca.
A situação se agravou com a instalação de aplicativos espiões no celular da vítima, além de GPS para rastrear todos os seus passos. Beatriz chegou a conseguir uma medida protetiva, proibindo qualquer contato ou aproximação do ex. Três semanas depois, ela desapareceu.
Câmeras da residência foram destruídas por Thiago antes de sua fuga. O carro dele foi apreendido, com vestígios de sangue já encaminhados para análise pericial. Buscas com cães farejadores e drones foram realizadas na região.
A Justiça decretou a prisão temporária de Thiago Monteiro no dia 6 de maio. O paradeiro dele, no entanto, segue desconhecido. A polícia continua trabalhando para localizar Beatriz e entender o que de fato aconteceu.