Assassinato da sobrinha: tio justifica crime brutal como ‘tradição cultural

Iraquiano preso no Reino Unido afirma que matar por “honra” é prática cultural aceita em seu país.

Por: Admin 2
03/06/2025 às 23h45 Atualizada em 04/06/2025 às 00h08
Assassinato da sobrinha: tio justifica crime brutal como ‘tradição cultural
Foto--reprodução

Em 2006, Banaz Mahmod, uma jovem de 20 anos, foi assassinada no Reino Unido. A mando do pai e do tio, o crime foi classificado pelas autoridades britânicas como homicídio por "motivo de honra", uma justificativa usada em algumas culturas para punir comportamentos considerados desonrosos.

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O caso voltou a ganhar destaque em 2025 após declarações do tio, Ari Mahmod, hoje com 69 anos. Ele está preso na penitenciária de Whitemoor, na Inglaterra, e falou com a imprensa por videochamada. Segundo o jornal The Sun, Mahmod afirmou: “No meu país, assassinato é normal. Depois da pena, você tem uma nova chance”.

As declarações surgiram após a exibição de um documentário britânico da emissora ITV. O material sugeria que Mahmod também teria ordenado o estupro da sobrinha. Ele nega. “Na minha cultura, o estupro é um dos piores crimes. Nunca faria isso”, alegou. Segundo ele, a acusação de violência sexual foi a parte mais ofensiva da reportagem, mais do que a própria acusação de homicídio.

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Banaz havia fugido de um casamento forçado e sofria agressões do marido, dez anos mais velho. Ela se apaixonou por outro homem, o que foi visto como uma afronta à honra familiar. A jovem chegou a procurar ajuda da polícia e alertar que sua vida estava em risco, mas não recebeu proteção.

Meses depois, o pai, o tio e três primos planejaram sua morte. Banaz foi estuprada, estrangulada e enterrada no quintal de uma casa abandonada. Todos os envolvidos foram condenados.

O caso expôs falhas na proteção de mulheres ameaçadas por “crimes de honra” e reacendeu o debate sobre o conflito entre cultura e direitos humanos em países com comunidades imigrantes.

Ari Mahmod continua preso, mas insiste que apenas seguiu costumes tradicionais de sua terra natal. A Justiça britânica, no entanto, trata o caso como assassinato premeditado e condenável sob qualquer justificativa.

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