Mayara Kelly Mota, uma policial militar do Ceará que se tornou referência nas redes sociais, foi punida por compartilhar vídeos de sua rotina de trabalho. A PM alegou que ela usou a farda e as instalações da corporação para fins de promoção pessoal, o que é proibido pelo Código Disciplinar. A decisão gerou revolta entre colegas de farda, seguidores e defensores da policial.
Mayara, com mais de 43 mil seguidores no Instagram, compartilhava vídeos motivacionais, treinamentos com armas, fardamentos e bastidores de seu trabalho em patrulhas. Ela se tornou inspiração para muitas pessoas, principalmente mulheres, que sonham em seguir carreira na polícia.
Um dos vídeos que geraram a punição mostrava Mayara lavando uma viatura e falando sobre o papel das mulheres na PM. "Algumas pessoas acham que a mulher na polícia só trabalha no administrativo. Mal sabem eles que exercemos inúmeras funções que até uns anos atrás seriam consideradas só para homens", disse ela.
Para a PM, a gravação violou normas de conduta, que proíbem a promoção pessoal com o uso da farda e a divulgação de material administrativo. A defesa de Mayara entrou com recurso, alegando tratamento desigual, pois outros policiais fazem o mesmo tipo de conteúdo e não são punidos.
A decisão da PM gerou um debate sobre a liberdade de expressão e o direito à imagem. Alguns defendem que a punição foi exagerada e que Mayara não cometeu nenhuma infração grave. Outros acreditam que a PM tem o direito de controlar a imagem da corporação e que a policial deveria ter mais cautela ao publicar conteúdo online.
O caso ainda está em análise, e a decisão final do comandante da corporação, que tem até 10 dias para decidir, será aguardada com grande expectativa.