O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) resolveu levar sua cruzada pela anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro para um novo território: o Nordeste. Após manifestações em São Paulo e Rio de Janeiro, Bolsonaro afirmou que a próxima parada será em uma cidade da região, que historicamente apoia o PT e o ex-presidente Lula. A decisão, anunciada durante uma entrevista à Revista Oeste, causou surpresa e promete agitar o cenário político.
Bolsonaro ainda não revelou qual cidade do Nordeste receberá a manifestação, nem a data do evento. Ele justificou a escolha da região afirmando que quer mostrar que o apoio à anistia vai além do Rio e São Paulo, e que o Nordeste também está ao lado dele.
A última mobilização aconteceu no domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo. O evento reuniu cerca de 45 mil pessoas, segundo a Universidade de São Paulo (USP), e contou com a presença de sete governadores, incluindo Romeu Zema (Novo), Jorginho Mello (PL), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ronaldo Caiado (União), Wilson Lima (União), Ratinho Junior (PSD) e Mauro Mendes (União).
Durante o discurso, Bolsonaro, usando um colete à prova de balas, disse que, se tomou alguma "decisão equivocada" durante seu mandato, não foi por "má-fé". Ele também afirmou que será possível confiar nas eleições de 2026, pois o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá um "novo perfil".
A decisão de Bolsonaro de realizar uma manifestação no Nordeste demonstra a sua intenção de ampliar sua base de apoio e atrair simpatizantes em uma região tradicionalmente adversa ao seu. A escolha da região, no entanto, pode gerar atritos com os eleitores nordestinos, que, em sua maioria, votaram em Lula nas últimas eleições. O Repórter Robinho acompanha de perto os desdobramentos desse novo capítulo na saga política de Bolsonaro.