Um incidente alarmante em São Paulo levantou sérias questões sobre a conduta da polícia após a execução de um homem colombiano, identificado como Miguel, que estava em surto. O caso, que ocorreu na véspera de Natal, foi marcado por uma série de disparos e uma evidente tentativa de encobrir a verdade, conforme revelado em vídeos e gravações das câmeras corporais dos policiais.
Na tarde de 24 de dezembro, a polícia foi chamada para atender a uma denúncia de ameaça na região central da cidade. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram Miguel ameaçando um cachorro com uma faca. A situação rapidamente escalou quando, após mais de 10 minutos de tentativas de negociação, os policiais dispararam mais de 40 tiros. O resultado foi devastador: Miguel recebeu 35 perfurações e o cachorro também foi atingido.
As gravações obtidas pela TV Globo mostram a tensão crescente no local. Os policiais estavam em um corredor, tentando convencer Miguel a se entregar. Em um momento crítico, um dos negociadores afirmou: "ninguém vai machucar você". Apesar disso, a abordagem se deteriorou rapidamente. Com a situação fora de controle, um dos policiais tentou utilizar uma arma de choque, mas sem sucesso.
Menos de dois minutos após essa tentativa, os disparos começaram. A cena é perturbadora: a fumaça dos tiros se mistura ao desespero da situação, enquanto os PMs entram no apartamento e se deparam com Miguel gravemente ferido, mas ainda vivo. Em vez de chamar ajuda imediatamente, os policiais discutem como relatar o incidente, revelando um aparente esforço para manipular a narrativa.
A repercussão do caso foi imediata e intensamente negativa. Quatro policiais foram indiciados e afastados das ruas. A Secretaria da Segurança Pública informou que um inquérito policial militar foi aberto e o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
A sociedade clama por justiça e se mobiliza para exigir respostas. Organizações de direitos humanos estão monitorando o caso de perto, ressaltando a necessidade urgente de reformas nas práticas policiais e mecanismos de responsabilização. Este incidente não é apenas uma tragédia isolada, mas um indicativo das falhas sistêmicas dentro da segurança pública.
A morte de Miguel, exacerbada por uma aparente tentativa de encobrir os fatos, é um chamado à ação. A comunidade e as autoridades devem se unir para garantir que casos de violência policial sejam tratados com a seriedade que merecem. Enquanto as investigações prosseguem, a esperança é de que essa tragédia leve a mudanças significativas na forma como a polícia opera e protege a vida de todos os cidadãos, independentemente de sua origem.
Confira as imagens G1