Um incidente alarmante no Ipiranga, zona sul de São Paulo, deixou moradores em choque após um policial militar utilizar uma arma de choque contra um homem que se opôs à sua invasão domiciliar. O episódio, que ocorreu na tarde de terça-feira (11), foi registrado em vídeo e rapidamente viralizou nas redes sociais, gerando indignação e clamor por responsabilidades.
O vídeo mostra o morador, que estava em casa com a família, discutindo com o PM, identificado como Fidel Alves Pinheiro. Segundo testemunhas, o policial entrou na residência sem autorização, alegando que estava em busca de um suposto criminoso. Durante a discussão, o morador questionou: "Você fala de respeito, mas você está respeitando minha casa? Tá fazendo o que aqui, tio?" Em resposta, o PM apontou sua arma de choque e disparou, fazendo com que o homem caísse no chão enquanto seus familiares entravam em desespero.
Após o incidente, os moradores chamaram a Corregedoria da Polícia Militar e registraram o caso no 16º Distrito Policial. A esposa da vítima declarou que o policial arrombou o portão da casa, alegando que alguém poderia estar dentro, e que a situação escalou quando pediu para que o PM se retirasse. Além disso, foi relatado que o policial também teria ameaçado uma adolescente de 16 anos presente no local.
O advogado da vítima, Reinalds Klemps, criticou as ações do PM, afirmando que houve "duas ilegalidades": a invasão do domicílio e a agressão covarde. Ele destacou que não havia justificativa para a entrada do policial na casa e que a ação foi completamente desproporcional.
Em seu depoimento à Polícia Civil, o PM alegou que estava respondendo a uma ocorrência de violência doméstica e que acreditava ter visto um homem agredindo uma mulher. Ele afirmou que usou a arma de choque diante de um risco iminente de ser atacado. Contudo, essa versão foi contestada pelos moradores, que questionam a legalidade da entrada do policial e o uso excessivo da força.
A Polícia Militar, por sua vez, afirmou que está investigando o caso e que as imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos serão anexadas à apuração. A instituição ressaltou que não compactua com desvios de conduta e que todos os casos comprovados de abuso serão punidos rigorosamente.
O caso levanta questões cruciais sobre os limites da atuação policial e a proteção dos direitos dos cidadãos. A comunidade do Ipiranga clama por justiça e segurança, esperando que medidas sejam tomadas para evitar que incidentes como esse se repitam. Enquanto a investigação prossegue, a confiança nas forças de segurança é colocada à prova, e a sociedade se mobiliza em busca de mudanças que garantam que a lei seja respeitada por todos, sem abusos de poder.